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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

"Enquanto todos dormem"

"Enquanto todos dormem eu estou em lugares inimagináveis, matagais intransponíveis, bueiros Fétidos, casas abandonadas entre outros lugares que alguém normal se recusaria a ir.
Enquanto todos dormem eu estou em alerta máximo, tentando não apenas defender pessoas que nunca vi nem mesmo conheço, mas também tentando sobreviver.
Enquanto todos dormem no aconchego de suas casas, debaixo dos cobertores, eu estou nas ruas debaixo da forte chuva, com frio e cansado madrugada a dentro. Enquanto todos dormem eu estou travestido de herói e, mesmo não tendo super-poderes, estou pronto para enfrentar o perigo, para desafiar a morte e, quiçá, sobreviver.
Enquanto todos dormem estou dividido entre o medo da morte e a árdua missão de fazer segurança pública.
Enquanto todos dormem eu sonho acordado com um futuro melhor, com o devido respeito, com um salário justo com dias de paz, mas principalmente com o momento de voltar para casa e de olhar minha esposa e filhos e dizer-lhes que foi difícil sobreviver a noite anterior, que foi cansativo e até frustrante, mas que estou de volta, e que tenho por eles o maior amor do mundo.
Este texto eu dedico a todos os policiais que desejam voltar para casa vivo. O Policial Militar Alex Oliveira Suzarte, que foi morto durante uma perseguição a dois assaltantes na madrugada do último sábado (2101), escreveu um poema poucos meses antes de morrer relatando a rotina de ser policial. Intitulado de ‘Enquanto todos dormem’, o poema descreve algumas dificuldades enfrentadas pela vítima a cada turno do trabalho.

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